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O artigo destaca a atuação estratégica das mulheres missionárias metodistas norte-americanas no Brasil. Apesar de serem minoria em um país católico, utilizaram a educação como instrumento para influenciar a elite intelectual e política brasileira. Essas mulheres fundaram escolas e colégios que tinham valores ligados ao protestantismo, o foco não foi apenas na conversão religiosa, mas na formação de lideranças educadas segundo princípios de liberdade, mérito e progresso, ajudando a moldar a cultura educacional e política do Brasil na virada do século XIX para o XX. A partir deste artigo podemos compreender que o ministério feminino, especialmente no contexto metodista, assumiu um papel inovador e transformador na educação, mesmo sendo exercido pela minoria. Essas mulheres usaram a educação como um meio poderoso para exercer influência social, cultural e política, formando elites comprometidas com os valores metodistas. O ministério feminino metodista na educação não foi apenas um ato de serviço ou cuidado, mas uma estratégia deliberada de construção de uma nova cultura e mentalidade, evidenciando a capacidade das mulheres missionárias de impactar profundamente a sociedade mesmo em contextos adversos. Por isso admiro a Igreja Metodista e a abertura para o ministério feminino, do qual tenho o privilégio de fazer parte como futura pastora e espero poder continuar contribuindo para essa história, desafio e legado.

Em seu livro "Rastros e rostos do protestantismo brasileiro: uma historiografia de mulheres metodistas", a Dra. Rev. Margaria Ribeiro cita um trecho do Jornal Gazeta de Piracicaba de 20/01/1910: "Dotada de espírito superior, intelligência solidamente cultivada e coração generoso, miss Martha Watts soube grangear nesta terra a verdadeira amizade de innumeras pessoas que a cercavam de maior estima e respeito. Tendo chegado ao Brasil em maio de 1881, a 13 de Setembro do mesmo anno fundou nesta cidade o acredi- tado Collegio Piracicabano, estabelecimento que neste Estado veiu abrir novos horizontes ao ensino público adoptando e diffundindo OS excellentes methodos de pedagogia americana, de que tanto se utilizou S. Paulo graças a esta illustrada educadora."
Esse relato demonstra, dentre outras coisas, a relevância do trabalho da Martha Watts, e como ele era publicamente reconhecido. 

Um trabalho desenvolvido pelas mulheres metodistas relevante e de muito potencial é a Revista Voz Missionária, criada em 1929, sendo hoje, a revista mais antiga do Brasil ainda em circulação. Juanita Campos, redatora entre 1938-1954 escreveu certa vez sobre o alcance da revistas: "Numa palestra do escritor Erico Veríssimo, no auditório da Rádio Gazeta de São Paulo, ele deu aos assistentes a oportunidade de fazer-Ihe perguntas. Uma delas pedia o nome da publicação periódica mais lida no Brasil. O escritor patrício, que não é evangélico, respondeu sem hesitação: "É a revista 'Voz Missionária', das senhoras metodistas".

Outro importante trabalho das mulheres metodistas destacado no livro já citado é atuação visando o crescimento patrimonial da Igreja Metodista com a construção de templos e casas pastorais, reformas, ampliações e imobiliário. Atuação que é significativa ainda nesses dias.